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26 de Abril de 2024
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    Diálogos Interdisciplinares: Cada criança tem seu tempo, mas no caso do autismo, esperar é perder tempo, diz especialista.

    Foi com o auditório lotado que a Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP-MS) realizou mais uma edição do "Diálogos Interdisciplinares", que discutiu, dessa vez, o "Transtorno do Espectro Autista", nessa sexta-feira (05).

    E/D: Assessor Especial para Assuntos Institucionais, Nilton Marcelo de Camargo; palestrantes Inesila Montenegro e Cláudia Dantas, Diretora da ESDP-MS, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira; Defensora Pública de São Paulo, Renata Flores Tibyriçá; e o Coordenador do Núcleo de Ações Institucionais e Estratégicas (NAE), Fábio Rogério Rombi da Silva.

    O Coordenador do Núcleo de Ações Institucionais e Estratégicas (NAE), Fábio Rogério Rombi da Silva, fez a abertura do evento com a informação da Audiência Pública sobre o atendimento dispensado na rede pública municipal às pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista.

    De acordo com o Coordenador, serão discutidas, ainda, a efetivação da Lei Municipal nº 5.287, de 08 de janeiro de 2014, e a qualificação dos servidores municipais das áreas de saúde e de educação para identificar os sinais de autismo, bem como para prestar o respectivo atendimento multidisciplinar que se faça necessário.

    O Núcleo de Ações Institucionais e Estratégicas (NAE) também determinou a abertura de um procedimento de apuração preliminar (PAP) para recolher informações sobre os assuntos que serão abordados na audiência pública.

    "Será um momento em que as famílias, rede de atendimento, Instituições de educação e saúde, sociedade em geral, poderão registrar dúvidas, casos, apresentar suas necessidades relacionadas ao tema, para avaliarmos as providências cabíveis", explica o Coordenador Fábio Rogério Rombi.

    A Audiência será no dia 24 de setembro, às 14h, na Escola Superior da Defensoria Pública (ESDP-MS).

    A primeira palestra do encontro foi proferida pela neuropediatra Andrea Weinmann, que enfatizou a diferença no acompanhamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) entre a rede pública e privada.

    "Atendi um menino de 3 anos, no mês de janeiro deste ano, em um Posto de Saúde. A mãe falou sobre o comportamento dele e eu os encaminhei à rede de atendimento para a realização de exames mais detalhados. Quando eu voltei a ver essa criança? Agosto, sete meses depois. Hoje há uma preocupação com diagnóstico precoce, porque sabemos que o quanto antes iniciar o acompanhamento, na faixa de 2 a 3 anos de idade, melhor será o prognóstico da criança. Costuma-se dizer que cada criança tem seu tempo, mas, no caso do autismo, esperar o tempo dessa criança é perder tempo", relatou.

    A segunda apresentação foi da neuropsicóloga e psicofisiologista Claudia Dantas, que falou a respeito do "Desenvolvimento cognitivo e reabilitação da criança com Transtorno do Espectro Autista".

    "Tem muitas famílias que não sabem retratar o desenvolvimento da criança. O pai ou a mãe chegam com muita dificuldade em expor o que está acontecendo com o filho. A queixa dos responsáveis sobre o comportamento da criança precisa ser equivalente ao resultado da avaliação cognitiva", afirmou.

    Em seguida, a fonoaoudióloga Inesila Montenegro discursou sobre "A intervenção fonoaudióloga na linguagem e na comunicação da criança com transtorno do espectro autista".

    "Conforme o desenvolvimento da linguagem da criança, ela sai da linguagem do meio familiar e evolui para o ambiente social. Quando observamos uma criança com autismo, essa linguagem irá vigorar em um outro viés. É bom ou ruim? É diferente. Vamos retirar a expressão 'ruim' da vida dessas pessoas. Se é diferente nós temos que aprender com os novos canais", disse a fonoaoudióloga, que tem doutorado em educação, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2011).

    "Os direitos da pessoa com transtorno do espectro autista" foram pontuados pela Defensora Pública do Estado de São Paulo Renata Flores Tibyriçá, que esteve em Campo Grande especialmente para o evento.

    No encontro, a palestrante convidada explicou a importância da Lei 12.764/12, sancionada em dezembro de 2013, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A lei leva o nome de Lei Berenice Piana, em homenagem a mãe de um menino autista, hoje com 19 anos. Desde a confirmação do diagnóstico do filho, Berenice luta pelos direitos das pessoas com autismo no Brasil.

    Defensora Pública de São Paulo, Renata Flores Tibyriçá, e a Diretora da ESDP-MS, Patrícia Elias Cozzolino de Oliveira.

    "A partir da Lei 12.764/12, a pessoa com Transtorno do Espectro Autista é considerada, para todos os efeitos legais, uma pessoa com deficiência. A importância dessa lei é que antes dela o TEA era tratado como um transtorno mental e primordialmente na área da saúde mental. Com a lei, a pessoa passa a ter legalmente, sem necessidade de interpretação, todos os direitos conferidos às pessoas com deficiência em todas as leis", afirmou.

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